Uma pandemia que atingiu a China causou impactos consideráveis nos suprimentos de comida. Um vírus altamente contagioso, conhecido como febre suína africana, que não tem cura conhecida, infecta porcos, deixando com uma taxa de sobrevivência quase nula aos animais infectados. Diante disso, a crise atinge o país, que é o maior produtor e consumidor de carne suína do mundo, sendo responsável por mais da metade da população global de porcos. Com estes índices, a China era grande exportadora da carne suína e isso abriu mais mercado para a região.

 

 

Apesar de tais fatos ocorridos do outro lado do planeta serem lamentados, eles trazem impactos positivos para a economia regional. Enquanto os chineses lutam para combater a doença que se espalhou para todas as áreas do país, um aumento considerável de exportações de carne suína é percebido em dois municípios da região que realizam esse tipo de negócio com o exterior.

 

 

De janeiro a maio deste ano, em Seberi, as exportações resultaram em US$ 10,53 milhões, enquanto Frederico Westphalen obteve um valor de US$ 3,35 milhões, totalizando US$ 13,88 milhões para os dois municípios, com um aumento de 94,8% nos valores em comparação com o mesmo período do ano passado.

 

 

 

Otimismo e cautela ao setor

 

O presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsusrs), Valdecir Follador, analisou o momento como positivo para o setor. “Há uma melhora considerável para a rentabilidade. Os países asiáticos precisaram ir ao mercado para atender a demanda interna, e isso fez com que o Brasil fosse um dos principais países beneficiados”, comenta.

 

 

Follador observou que os resultados chegam no bolso do produtor. “Isso faz com que a renda entre de forma mais intensa e justa para que os produtores coloquem em dia, aos poucos, um passado de dificuldades que tiveram em 2018 pela falta de renda, com baixos preços e altos custos de produção”, defende.

 

 

No que se refere às projeções, o especialista acredita que esta demanda aumentada permanecerá de dois a quatro anos, mas solicita cautela. “Estimamos esse tempo até a China retomar sua normalidade produtiva. Teremos alguns anos positivos pela frente. No entanto, é importante que tenhamos cuidado e responsabilidade em não crescer demasiadamente, porque, no momento em que a China voltar com a produção própria, o volume e os valores irão diminuir. Devemos saber que esse momento é finito e não podemos ter produção sobrando futuramente, porque todos irão perder dinheiro a partir disso”, conclui.

 

 

 

 

 

Exportações

 

2019

 

Frederico Westphalen

 

Exportações: US$ 3,35 milhões

 

 

 

Seberi

 

Exportações: US$ 10,53

 

 

 

2018

 

Frederico Westphalen

 

Exportações: US$ 1,5 milhão

 

 

 

Seberi

 

Exportações: US$ 5,53 milhões

 

 

 

 

Exportações de janeiro a maio de 2019:

 

Seberi

 

Carne suína (96%) ........................................................US$ 10,06 milhões

 

Miudezas de animais (3,7%) ........................................US$ 392,7 mil

 

Tripas, bexigas e estômagos de animais (0,71%) .........US$ 75,02 mil

 

 

 

Destinos

 

Rússia (78%)

 

Hong Kong (11%)

 

Geórgia (7,1%)

 

Angola (1,9%)

 

Turquia (0,94%)

 

Emirados Árabes Unidos (0,94%)

 

Costa do Marfim (0,64%)

 

Haiti (0,21%)

 

 

 

Frederico Westphalen

 

Carne suína (87%) .........................................................US$ 2,93 milhões

 

Miudezas de animais (8,7%) ..........................................US$ 292,08 mil

 

Legumes (3,1%) .............................................................US$ 102,43 mil

 

Conservas de carne (0,93%) ...........................................US$ 31,1 mil

 

 

 

Destinos

 

Cingapura (57%)

 

Hong Kong (27%)

 

Geórgia (6,9%)

 

Vietnã (3,4%)

 

Uruguai (3,1%)

 

Angola (2%)

 

Azerbaijão (1,2%)

 

 

 

 

 

 

Fonte: Leonardo Carlini - O AU

Postado por Marcia Bauer/ Rádio Nativa FM